O BSOP Millions é a festa de encerramento do ano no poker brasileiro e muitos craques do cenário, principalmente os grinders do online, saem de suas “tocas” em busca das forras e, claro, muita diversão, resenha com amigos e muito mais. Um exemplo disso é Jonathan Wolter, instrutor da CardRoom Poker Team e sócio da partição Wizards. Vivendo um ano especial, Wolter viajou para São Paulo após conquistar o pacote completo para o evento.
Com o objetivo de alcançar resultados expressivos no poker ao vivo, Jonathan também está aproveitando o momento para rever os amigos de time, principalmente os da Wizards, partição da CardRoom em que Jonathan está ligado diretamente na formação de grinders. Orgulhoso por isso, ele falou sobre o projeto:
“Criamos a Wizards por vários motivos. Um deles era uma questão de propósito. Ao invés de ser apenas jogadores, agora ajudamos outras pessoas a se tornar profissionais do jogo. E querendo ou não, o projeto nos ajudou muito como jogadores também. Dar aulas, fazer 1×1 com os players e o fato de ter que ser um exemplo para eles nos força a evoluir de forma individual também. Hoje temos alguns jogadores de micro, vários no low e alguns no mid. Nosso principal trabalho hoje é trazer essa do low pra cima e peneirar a galera do micro para encontrar futuros talentos. Mas com certeza, temos qualidade e estrutura para pegar um cara que joga average US$ 50 e ajudar ele a subir. Estamos à procura! Temos um trabalho de aulas individuais bem forte e acredito que isso acelera bastante a carreira da galera”.
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Com quase dois anos de criação, o projeto criado por Jonathan e que conta com instrutores como Danton Gomes e Amauri Gulchinski, já teve resultados bastante expressivos. Wolter, por exemplo, vem sendo um dos principais destaques no projeto, com um ano recheado de conquistas.
No início do ano, Jonathan conseguiu o big hit durante o Main Event da New Year Series do PokerStars, além de um título em um evento de US$ 55. Com uma medalha de bronze no principal e um prêmio de US$ 128.086 como recompensa, ele pela primeira vez furou a barreira dos seis dígitos na carreira e relembrou a emoção:
“Em dezembro, eu passei praticamente o mês inteiro estudando e resolvendo dúvidas que estavam acumuladas. Se não me engano, olhei pelo menos 500 prints, então a sensação após esses resultados de janeiro foi de recompensa e gratidão. A gente estuda bastante e nem sempre isso reflete em resultados. Quando eles acontecem é gratificante demais”.
Como citado por Jonathan, os resultados alcançados não vieram de mão beijada, pois houve muito estudo envolvido. Fortíssimo jogador de séries, Wolter passou em branco no SCOOP, mas continuou sua forte rotina em busca de resultados expressivos. Perguntado como é feita a preparação para esses períodos, ele explicou:
“Eu procuro não ficar muito ocioso nos períodos pré-série, para conseguir manter um ritmo. Acho que a perfomance nesses períodos depende muito da rotina que você construiu antes. E claro, procuro dar um gás nos estudos pré e pós séries para manter o aprendizado em dia”.
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Quando chegou setembro, Jonathan tinha uma meta de ser campeão do WCOOP. Wolter começou bem com várias mesas finais, mas uma sina do vice-campeonato o assombrava. Porém, esse dia chegou com a conquista do Evento #47-H e se tornou vencedor após sete mesas finais e cinco medalhas de prata. Esse momento foi insano e ele guarda com muito carinho:
“Esse WCOOP foi muito louco. Eu já tinha duas ‘medalhas de prata’ da série e queria muito um troféu. Essa é uma das poucas séries on-line que entregam troféus físicos. Quando cheguei ao primeiro HU e perdi, o sentimento de frustração meio que ofuscou o prêmio, afinal não é só sobre o dinheiro. No dia seguinte cheguei a mais um HU e de novo bati na trave. Nesse ponto já bateu até um desapego, galera do time fez meme meu com a camisa do Vasco e eu comecei a acreditar que tava predestinado a ser vice de WCOOP. Passou um semana eu acho, e de novo mais um HU e mais um vice. O meme era real! Junto com essa terceira medalha de prata da série, veio um dia 2 do US$ 530 e mais uma esperança de retinha. No dia seguinte, finalmente dei o grito de campeão e gritei alto. Confesso que fiquei feliz por como tudo aconteceu. Parecia história de cinema, jornada do herói. Fechamos cravando o torneio mais caro e com o field mais duro. Foi uma sensação única e muito especial”.
Engatado no LAPT Main Event em busca de um troféu importante no live, o grinder da CardRoom está focado em jogar bastante durante os 15 dias de evento em São Paulo. Na grade, Wolter tem um cronograma bem definido para alcançar seu objetivo. Ele finalizou falando sobre:
“Puxei o pacote pro evento, então montei uma grade bem completa. Deixei passar os mais caros nos primeiros 2 dias para dar uma aquecida e começar com calma, mas vou jogar praticamente tudo até R$ 15K que for de Texas Hold’em. Quero manter uma rotina de exercícios físicos, me alimentar bem e dormir bem. Seria fantástico fechar o ano com um troféu de torneio ao vivo. Vamos trabalhar para isso!”.
Confira o MundoTV Cast #53 com Daniel de Freitas: