Yuri Martins se destaca nos HRs WSOP Online da GGPoker

Yuri Martins

Um dos principais torneios da grade de domingo da GGPoker é sem dúvidas o tradicional GGMasters High Rollers. Com formato Freezeout e buy-in de US$ 1.050, a competição sempre atrai um bom field e paga muito bem. Na última edição, o Brasil colocou três representantes na mesa final e dois deles se enfrentaram em um spot bastante importante. A mão em questão foi jogada por Luiz Duarte contra Yuri Martins no 6-handed do torneio.

Luiz trouxe uma analíse bem detalhada da jogada nos stories do seu Instagram. Primeiramente, é importante ressaltar o ICM envolvido de US$ 9.762 entre 6ª e 5ª posições. Outro fator é, ambos estavam com stacks confortáveis, e existia um short stack com 6bbs na mesa. Nos blinds 25.000 / 50.000, Luiz recebeu no small blind e sem saber o que fazer, ele optou pela linha do limp/call no raise de 3x de Yuri pré-flop.

“Meu primeiro instinto foi ‘zagueirar’ e dar all in direto, pois além de eu ter um combo interessante, K bloqueia KK, só estou morto contra AA, faço foldar mãos que me dominam, tenho três outs vs 99 e QQ. O range de call é bem restrito quando tem um cara com 6bb, mas por ter dúvidas sobre até que ponto ele iria overfoldar para shove e se der errado sobraria com 10 bbs apenas. Caso sobrasse com 20, acho que shovaria. Acabei logo mudando de ideia e pensei em dar raise, pois vou escolher pré-flop numa frequência alta, bons blockers etc. K8 daria raise e K9 fiquei na dúvida, acabei entrando de limp. Definitivamente o fator Yuri pesou aqui e me ajudou causou confusão na hora”, explicou a escolha.

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O flop trouxe e deu o top pair para Luiz Duarte, que seguiu a linha do check. Yuri apostou 100.800 fichas e Luiz tomou a decisão de apenas dar call, baseado em uma analíse que o mesmo detalhou de forma bastante complexa:

“Primeira coisa a se perguntar é qual range que eu estou enfrentando. Um SRP vs late position, K9 é forte o suficiente para dar raise call, mas como aqui acho que ele vai checkar atrás pré-flop com mais como T9, J9, Q9, JT, QJ, QT, não gosto do raise, mesmo vs size baixo e tendo uma mão fortíssima para a situação, pois não vejo extraindo valor de mão pior. Não preciso de proteção, muitas vezes estou contra uma over apenas e vs o topo do range, eu tô na merda. Então, é um cenário onde eu estou muito na frente, ou estou muito atrás”.

A mão continuou e o turn veio um e ambos os jogadores foram de check. Luiz contou o que pensou: “Confesso que o primeiro instinto foi liderar e shove river, pois ele nunca tem o nuts e o range que eu abdico de dar raise pré-flop cobrindo, limp call e xc flop, acerta tudo nesse runout. Fica muito difícil encontrar blefes e ele tem a capacidade de enxergar isso e agora sim, acho que pode muito overfoldar”.

“Tem alguns Tx bêbados que agora ganhariam de mim e consigo fazer foldar river. No mínimo interessante o spot. Mas, acabei optando pela rota mais standard, ele vai jogar bem honesto nesse runout e tenho bastante valor de showdown”, continuou.

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O river foi uma e Luiz resolveu jogar de forma diferente das outras streets. Ele foi de blocking betting de 10% do pote e Yuri foldou a mão, dando um pote de 537.600 fichas para Luiz Duarte, que posteriormente caiu na 4ª colocação e faturou US$ 53K, enquanto Yuri foi 4º para US$ 40K.

“Optei pelo block 10%, pois achei que era o que minha mão valia em termos de equidade vs o range, pois como ele pode ter isolado pré-flop com alguns lixos que acertaram par pior, posso acabar tomando um crying call de 9x, 8x, 4x já que ele precisa acertar um a cada 12. E, na cabeça dele, posso ter ainda eventualmente 76s, 75s e perco pouco as vezes que ele tem J ou Q, que decidiu não barrelar turn. Não preciso me preocupar em acabar abrindo ação para me colocar em situação complicada vs raise. Penso que o plano dele para mão era puxar pré-flop ou flop, quando encontra resistência num runout onde meu range contém muitas mãos com J e posso fazer esse size, seguido acho que ele não ataca”, finalizou a análise.

Yuri Martins

Yuri Martins

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Author: Lawrence Sanchez